Parece que esse ano a Realidade Virtual não apresentou os números que haviam sido previstos. Mas será que ela já está mesmo em fase de declínio? Será mesmo que é uma tecnologia que já nasceu morta? O passado nos conta outro final para essa história.
Há uns meses, li esse artigo interessante que falava sobre a evolução da Realidade Virtual e sua baixa adesão comercial em massa. Ele comparava a Realidade Virtual a outras duas tecnologias que também começaram desacreditadas, mas que hoje são indispensáveis para nós: os computadores e os celulares.
Faço aqui uma tradução desse artigo, não totalmente ao pé da letra. Trago a mesma essência e números, mas com as minhas palavras…
No último ano ouvimos muito sobre o futuro da Realidade Virtual. Uma tonelada de informações foram apresentadas. Muitas previsões, muitos protótipos, ideias de utilização, vários modelos de óculos e outros gadgets. Um verdadeiro desfile tecnológico.
Mas muitas das coisas que foram apresentadas, ou que foram imaginadas como possíveis de existir com a Realidade Virtual, ainda não estão disponíveis para nosso uso. Com isso, os críticos e “especialistas” começaram a se perguntar: o que aconteceu com a Realidade Virtual?
Em pouco tempo, a internet lotou de artigos que lamentam a demora na evolução da Realidade Virtual. Alguns deles chagaram a apontar a morte da tecnologia (tomando como base os baixos números de vendas). Pode até parecer que a Realidade Virtual esteja progredindo lentamente, mas se compararmos com tecnologias conhecidas, podemos tirar outras conclusões.
Também temos lembrar que, com a Realidade Virtual, estamos introduzindo um meio de compartilhar conteúdo e experiências verdadeiramente novo, o que não ocorria há um bom tempo.
Computadores pessoais
Por muito tempo, os computadores possuíam o tamanho de uma sala e estavam disponíveis apenas para grandes empresas. O primeiro computador pessoal surgiu em 1975: era um kit montado manualmente, exibia apenas caracteres e não possui nenhum recurso gráfico. Dois anos depois, surgiu o Apple II, o primeiro computador pessoal (o mais próximo do que temos hoje).
Doze anos após, Dan Gutman escreveu um artigo onde lamentava que a revolução prevista estava em ruínas, pois apenas 15% da famílias nos EUA possuíam um computador. Aquele foi o fim da computação pessoal? Obviamente que não! Hoje, está mais que comprovado que os computadores são indispensáveis.
Telefones celulares
E os telefones celulares? Se passaram quase 20 anos para se construir aparelhos como conhecemos hoje, os chamados smartphones. Certo? Não, errado. Foram mais de 20 anos para chegar aqui.
O primeiro telefone mobile foi lançado comercialmente em 1979 no Japão e nos EUA em 1983. Eles tinham um tempo de conversação médio de 30 minutos e levavam 10 horas para recarregar. Mas ainda assim, haviam listas de espera para compra-los e milhares de unidades foram vendidas (muitos adotantes iniciais, isso não soa familiar?).
Demorou mais 9 anos até que o primeiro smartphone fosse realmente lançado, e não era o iPhone. Ele se chamava Simon Personal Communicator, criado pela IBM em 1992. Muitas pessoas não o reconheceriam, mas ele é o mais próximos dos smartphones atuais. Ahh, o iPhone… ele viria a surgir apenas 15 anos depois.
A Realidade Virtual está apenas no início
Tanto os computadores, quanto os celulares, levaram cerca de 20 (vinte) anos até conseguirem penetração em escala no mercado. Não dá para exigir que a Realidade Virtual consiga alcançar os mesmos números em menos de 10 (dez) anos. Na verdade, se compararmos o desempenho de cada uma das tecnologias em seu tempo, a Realidade Virtual já apresenta melhores resultados.
Então, na próxima vez que você ler um artigo falando sobre a morte da Realidade Virtual, lembre-se de toda a trajetória percorrida pelos fabricantes de computadores e dos celulares. Levaram décadas para que ambos conseguissem atingir um número de usuários em larga escala.
Estamos apenas no inícios da Realidade Virtual e ainda não sabemos até onde ela poderá nos levar!
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Espero ter contribuido com esse artigo!
Até mais!
Maicon Klug
maicon@imersiovr.com
CEO
Imersio
A Imersio é a principal empresa do Brasil em desenvolvimento de softwares, aplicativos e soluções para Realidade Virtual. Em seu portfólio estão construtoras, imobiliárias, escritórios de arquitetura e indústrias.